quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SERIA A WEB AGENTE DESAGREGADOR DA BOA COMUNICAÇÃO ESCRITA EM PORTUGUÊS FORMAL?

Contemporaneamente quase não usamos, para corresponder-nos, outros meios que não o digital.  Trata-se de um veículo econômico, eficiente, célere e objetivo, que torna possível pulverizar ideias, informações, ofertas dos mais diversos produtos, promoções, campanhas, por todos os cantos da Terra, em velocidade impressionante.
Pela internet, são realizados todos os tipos de transações comerciais.  Através de mecanismos relativamente simples, vendem-se desde roupas íntimas, até aviões, passando por cartões de crédito, seguros, viagens, ingressos para espetáculos e serviços.
Por outro lado, redes sociais, sites, blogs e comunidades de todas as tendências, saturam nossas caixas de correspondência com tal diversividade de temas, que somos forçados a proceder extenuante filtragem a cada novo dia.
Dentro de tal contexto, inúmeras são as teses que reprovam, e de forma veemente, a Web, por ser a “causadora” de todos os males, quando se fala em deturpar a linguagem de Camões.  A meu ver, a Web é uma ferramenta magnífica e sem precedentes na arte da comunicação, aproximando, dando voz às pessoas, que, de forma democrática, ganham o direito de praticar uma interação jamais vista.
Os verdadeiros responsáveis pelos danos causados, somos nós, que, muitas vezes,  lançamos para consumo externo, de forma descuidada, matérias contendo erros crassos de gramática, concordância, pontuação.  Nossos comunicados tornam-se, então, ininteligíveis, não alcançam seus objetivos e ainda conotam displicência.
Muitas das grandes empresas que baseiam sua atuação na internet, a maioria delas originária de outros países, são bastante descuidadas na elaboração de sua correspondência eletrônica,  esquecendo de avaliar a extensão dos prejuízos, tanto no que se refere à sua reputação, como no âmbito comercial, já que amiúde não logram ser bem explícitos na apresentação e mecanismos de venda dos seus produtos.
Costumamos responsabilizar a internet, as limitações dos softwares, computadores e  periféricos, a baixa qualidade do ensino,  os maus tratos dos governos para com os educadores, sem, contudo, fazermos uma reflexão sobre como podemos colaborar para que as pessoas  escrevam melhor.
A web não deve ser responsabilizada pelo desserviço causado aos internautas menos informados, induzidos a erros os mais absurdos, quando poderiam ser beneficiados com a oportunidade de aprimorar seu português, tanto na forma como no estilo, bastando para isso, que houvesse um pouco mais de ética e um  pouco menos de pressa por parte de todos aqueles que detêm o poder da comunicação. O estranho é que aparentemente não haja nenhum tipo de controle sobre isso.
Reflitamos sobre essa importante questão, façamos a nossa parte e torçamos para que todos, mesmo aos poucos,  passem a engrossar nossas fileiras.  De minha parte, doravante, não mais divulgarei conteúdos de e-mails, sites, blogs, newsletters ou quaisquer documentos oficiais ou não, que tratem com menosprezo o nosso vernáculo.